quinta-feira, junho 14, 2007

escrito

um voo de pensamento mal esboçado
a forma que se define contra os
vitrais
a catedral em que ressoam os
cânticos
sagrados

o pensamento que finalmente se
consolida
se eleva como o ressuscitado

se expande como o universo

e tu

a quatro dimensões contra o meu
peito
tu

uma estrela que explode
nas almas paradas

tu

de quem apenas sei que és
para quem se dirige
esta sombra
no meu rasto

em que se concentram
todos os desejos
todos os olhos de pestanas
recurvadas
como as das cinéfilas
empedernidas

todo o arfar cansado dos
que se escondem

todos os músculos modelados
nos esforço ginástico
toda a beleza provocada contra
as retículas

todos os excessos ostracizados
do corpo que se deita no tempo

todas as partículas de mim

tu que me devoras a cada instante
como o lobo a avozinha

não me leves o meu chapéu encarnado

m.f.s.

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