quando as longas transparentes ruidosas cortinas
de águas frias sobre nós desabam em eufóricas
sinfonias
e nos sentimos parte de todo este fragor
actores da mesma
comédia
do mesmo drama
de igual farsa
sabemos que o nosso limitado espaço de manobra no
concerto das coisas
melhor dizendo
das nações
não passa de uma ridícula hipótese
que não é um gesto nosso
uma atitude protestante
uma raiva explosiva
um tiro na cabeça de quem quer que seja
que vai mudar o que quer que seja
talvez haja apenas um pequeno estremecer da forte estrutura
pelo menos a ilusão disso
gostaríamos de pensar assim
sempre nos dá alguma importância
mas nada nos tornará indispensáveis nas decisões
dos malandros que comamdam o mundo
as eleições já não fazem mossa a ninguém
pois a democracia é uma miragem
não haverá por aí uma ilha em saldo
com alguma vegetação
água
luz das estrelas?
já agora noutro planeta
m.f.s.
antónio franco alexandre / syrinx, ficção pastoral
-
VII
Este vapor em trânsito no tejo
é como branca gôndola descendo
as colinas de um rio;
de rosto ao vento, sou como o gondoleiro
na laguna serena a p...
Há 5 horas
1 comentário:
"que não é um gesto nosso
.......................
que vai mudar o que quer que seja"
Há, pelo menos, duas correntes de pensamento:
- Aquela em que tudo tem importância.
(o efeito borboleta)
- E a do não adianta.
"deixa andar"...
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