quando as longas transparentes ruidosas cortinas
de águas frias sobre nós desabam em eufóricas
sinfonias
e nos sentimos parte de todo este fragor
actores da mesma
comédia
do mesmo drama
de igual farsa
sabemos que o nosso limitado espaço de manobra no
concerto das coisas
melhor dizendo
das nações
não passa de uma ridícula hipótese
que não é um gesto nosso
uma atitude protestante
uma raiva explosiva
um tiro na cabeça de quem quer que seja
que vai mudar o que quer que seja
talvez haja apenas um pequeno estremecer da forte estrutura
pelo menos a ilusão disso
gostaríamos de pensar assim
sempre nos dá alguma importância
mas nada nos tornará indispensáveis nas decisões
dos malandros que comamdam o mundo
as eleições já não fazem mossa a ninguém
pois a democracia é uma miragem
não haverá por aí uma ilha em saldo
com alguma vegetação
água
luz das estrelas?
já agora noutro planeta
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
-
faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
1 comentário:
"que não é um gesto nosso
.......................
que vai mudar o que quer que seja"
Há, pelo menos, duas correntes de pensamento:
- Aquela em que tudo tem importância.
(o efeito borboleta)
- E a do não adianta.
"deixa andar"...
Enviar um comentário