quarta-feira, junho 20, 2007

fragores

quando as longas transparentes ruidosas cortinas
de águas frias sobre nós desabam em eufóricas
sinfonias
e nos sentimos parte de todo este fragor
actores da mesma
comédia
do mesmo drama
de igual farsa
sabemos que o nosso limitado espaço de manobra no
concerto das coisas
melhor dizendo
das nações
não passa de uma ridícula hipótese
que não é um gesto nosso
uma atitude protestante
uma raiva explosiva
um tiro na cabeça de quem quer que seja
que vai mudar o que quer que seja
talvez haja apenas um pequeno estremecer da forte estrutura
pelo menos a ilusão disso
gostaríamos de pensar assim
sempre nos dá alguma importância
mas nada nos tornará indispensáveis nas decisões
dos malandros que comamdam o mundo
as eleições já não fazem mossa a ninguém
pois a democracia é uma miragem

não haverá por aí uma ilha em saldo
com alguma vegetação
água
luz das estrelas?

já agora noutro planeta

m.f.s.

1 comentário:

Anónimo disse...

"que não é um gesto nosso
.......................
que vai mudar o que quer que seja"

Há, pelo menos, duas correntes de pensamento:

- Aquela em que tudo tem importância.
(o efeito borboleta)

- E a do não adianta.
"deixa andar"...