queria ouvir o gotejar do suor
das feras
nas estepes infinitas da áfrica
que imagino
ouvir ainda os suspiros dos gnus
estrangulados
correr à frente das chitas
até me alcançarem
ao virar da esquina
olhar até ao fundo a alma
dos leões em fim de percurso
queria ser um imbondeiro opulento
um floco de neve do kilimanjaro
queria ser toda a terra
todos os rios
os louros desertos
da áfrica que se extingue
queria soar aos gritos das
chamas
dos mais ferozes tambores
das gentes que dançam
crepita áfrica de além mar
rosna fera que ainda dorme
levanta-te donzela de negro perfil
meneia as tuas ancas de deusa
corre pelas névoas escondidas
segura o destino da terra entristecida
m.f.s.
domingos da mota / soneto da pouquidão
-
São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 20 horas





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