pela manhã revejo
aquele porto
habitado de grandes
naves marítimas
retiro da minha carteira
uma foto antiga
nela isolo um rosto
coloco o rosto no horizonte
sobre um petroleiro vermelho
dominas a paisagem
suspenso em minhas mãos
o rosto des-focado
cabelos em fios como riscos
sobre vidro
a ternura saudosista
da sépia deslavada
a tua camisa branca
num fato branco
marujo que não embarca
ar sério
premonitório
homem que se afasta
no horizonte
das naves enormes
dos solenes mares
quase em fúria
mares que te devoram
marujo esbatido
homem de cabelos
em fios inquietos
pelo vento
que se aproxima
m.f.s.
domingos da mota / soneto da pouquidão
-
São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 20 horas





1 comentário:
Gostei de
.............
a tua camisa branca
num fato branco
marujo que não embarca
ar sério
premonitório
..............
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