o homem do sobretudo bamboleante contra as luzes da noite
bebe algo bem conhecido que não publicitarei jamais
anseia no seu andar rápido pelo abandono às visões fragmentadas
da sua madrugada
na sua frente a holografia entristecida do seu remorso
desfaz-se e refaz-se em cores de néon encomendado
estilhaços de lembranças em avalanches
reflectidas na garrafa de produto não publicitado
o homem está só como sempre esteve sem corações onde se abrigar
sem conversas de cabeceira
nem toalhas partilhadas
sem talheres acompanhados à mesa da sala imutável
sem o cão o gato o periquito da comunidade familiar
sem comandos de televisão de mão em mão com protestos
o homem não entende o seu mapa
a hidrografia da sua origem
a fragilidade da sua força
as muralhas no seu caminho
por serras desabitadas
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 21 horas
1 comentário:
Gostei do blog
Felicidades
http://obliterante.blogspot.com
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