concordar com as ranhuras nas paredes
os filamentos esfarrapados estampados
no chão da minha certitude de esmalte
o alfinete de peito sorumbático
enfiado no alto da manga de malha
as meias grossas confortáveis
negras de lã esmerada sobre os tornozelos delicados
sapatos ah sapatos com sola de borracha silenciosa
nos corredores dos prédios a abater
sapatos atanados de atilhos bem apertados
saia de bombazina amarela
camisola grossa de gola alta
imagine-se de que cor
desenhar sobre as ranhuras rostos amáveis
declarações de amor ao henrique I love you
obscenidades inocentes vai-te puta de merda
sobre o alfinete de peito um rubi de sangue
extraído do dedo mindinho
mfs
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 8 horas
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