sexta-feira, novembro 28, 2008

saia amarela

concordar com as ranhuras nas paredes
os filamentos esfarrapados estampados
no chão da minha certitude de esmalte
o alfinete de peito sorumbático
enfiado no alto da manga de malha
as meias grossas confortáveis
negras de lã esmerada sobre os tornozelos delicados

sapatos ah sapatos com sola de borracha silenciosa
nos corredores dos prédios a abater
sapatos atanados de atilhos bem apertados
saia de bombazina amarela
camisola grossa de gola alta
imagine-se de que cor

desenhar sobre as ranhuras rostos amáveis
declarações de amor ao henrique I love you
obscenidades inocentes vai-te puta de merda
sobre o alfinete de peito um rubi de sangue
extraído do dedo mindinho

mfs

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