está deitado num leito de jasmins
o corpo adormecido e desabitado
esquecido das dores deste mundo estreito
o jasmim lança apelos perfumados
em transparentes revoadas
como pássaros alacres
em início de primavera
como vagas imponentes
a paisagem deforma-se sob os olhos
do corpo deitado
espalma-se contra os brancos dos papeis
deixa-se prender
lentamente os véus da imortalidade
engolem as imagens despertas
de cada lembrança
resgatam as partículas das pequenas
almas perdidas em cada recanto
em cada teia de aranha
voam os flamingos em rajadas de carmim
levando consigo todos os adormecidos
corpos desabitados
para os templos das luzes perpétuas
onde tudo se detem
onde os caminhos terminam a sua
peregrinação
os pássaros deitam-se no vento
e as águas movem-se
como músicas eternamente
claras e abundantes
à margem das coisas eternas
os frios arrepiam todas as peles
as vítimas escolhem os lugares nos autocarros
olhos inquisidores fazem campanhas sonolentas
pelas abelhas sem cortiço
pelas formigas dispersas nas mesas
das casas fartas
as juras de amor soam a armadilhas
tudo é uma fantasia carnavalesca
até os jasmins, junquilhos e demais vegetais
nos leitos dos corpos adormecidos
e vazios
se deixam fotografar
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 19 horas
1 comentário:
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as juras de amor soam a armadilhas
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(Frisco)
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