o único lugar que existe à beira-mar de um rio
está na margem de um solitário coração
entre corujas sonolentas e alvos coelhos
vegetais de imortal plástico decorativo
nas mesas carunchosas dos antiquários
a única vez que vi um andarilho de pé descalço
foi em supostas caminhadas por húmidas sendas
entre geografias incompletas sobre planetas
por descobrir
e para chegar ao lugar único tive que roubar
as sandálias do peregrino que me tolhia o caminho
pendurar-me nas garras do paraquedista de passagem
olhar ternamente o amigo inexistente
e partir
primeiro
devagar
depois cavalgando
como as valquírias
a toda a brida
meu deus
que o tempo
parou há muito
mfs
cesare pavese / uma obra não resolve nada
-
18 de Agosto 1947
Uma obra não resolve nada, assim como o trabalho de uma geração inteira não
resolve nada. Os filhos – o amanhã – recomeçam sempre e i...
Há 2 horas





1 comentário:
olhar ternamente o amigo inexistente
e partir
...................
que o tempo
parou há muito
Frisco
Enviar um comentário