regressei à turbulência dos dias
imóveis
nas fotografias a sépia de outros tempos
vejo a tua porta por abrir
como a tampa de um poço vazio de
alma
valerá a pena suspender as noites
nos altos apartamentos
com jardins babilónicos à minha espera
se tu não existes ignoro a tua sombra que espreita
pendurada nas asas farfalhantes dos pombos
talvez entregue ao rio este vislumbre de ti
enleado num modesto ramo de alecrim
do alecrim que recusa os jardins apaziguados
das aborrecidas mansões
e escolhe o vento sibilante e apaixonado
dos cumes serrilhados de rochas
mgs
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