tenho uma ave pousada no meu ombro
estende as asas para as ervas do meu cabelo
resvala suavemente pelo meu braço
bela pura luminosa
segura nas suas garras a minha cintura
leva-me por sobre as falésias
pousa o meu corpo abandonado
num ilhéu frente à praia
alimenta-me de plancton como se fosse
um peixe
enfeita os meus pés de escamas
de sereias
presenteia-me com gotículas de nevoeiro
depois parte rasando as ondas
tenho um campo de malmequeres
no meu vestido de trapos
sequóias ensombram os meus campos
de musgo cobertos
os anos conservados em aneis lenhosos
as minhas raízes prendem-se nos
braços das leoas ronronantes
rejeito o calor dos pântanos desabitados
parto rasando as copas das árvores
que murmuram
mfs
domingos da mota / soneto da pouquidão
-
São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 19 horas





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