sábado, setembro 15, 2007

escrito

as palavras morrem lentamente
nos papeis amarrotados
nos blocos de apontamentos minúsculos
no cinza-negro dos quadros
das escolas

lentamente o fogo leva-lhes o fulgor
reveste-as de cinzas mortais contra o vento
que as arrebata
sacode
espalha

as palavras resistem
contudo

escrevem
eu sinto
eu penso
eu sou

lápis azuis interditam
as palavras
nas redes cibernáuticas
nos papeis de jornais
magazines
prospectos

as palavras contudo
resistem

implantam-se nos corações
rebeldes
nas almas investigadoras
nas mentes indestrutíveis
das mulheres
e dos homens
que as amam

ressurgem de pele nova
novas seduções
verdades esclarecedoras
esperanças concretizáveis

as palavras não se deixam
matar

mfs

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