as palavras morrem lentamente
nos papeis amarrotados
nos blocos de apontamentos minúsculos
no cinza-negro dos quadros
das escolas
lentamente o fogo leva-lhes o fulgor
reveste-as de cinzas mortais contra o vento
que as arrebata
sacode
espalha
as palavras resistem
contudo
escrevem
eu sinto
eu penso
eu sou
lápis azuis interditam
as palavras
nas redes cibernáuticas
nos papeis de jornais
magazines
prospectos
as palavras contudo
resistem
implantam-se nos corações
rebeldes
nas almas investigadoras
nas mentes indestrutíveis
das mulheres
e dos homens
que as amam
ressurgem de pele nova
novas seduções
verdades esclarecedoras
esperanças concretizáveis
as palavras não se deixam
matar
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
-
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 19 horas
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