que o soar trovejante das mães em
gesticulantes revoltas
as mães de filhos perdidos entre
agulhas e outras misérias
mães que rasgaram a pele para
acolher a semente profética
que o seu ribombar perfure os
ouvidos encalhados na vastidão
da perfídia na profundidade
dos ódios e das ganâncias
que o seu dardejar fulmine os portadores
de ferozes tormentas
destrua os inumanos aproveitadores
da má sina alheia
que as dolorosas mães de roxo
vestidas e véus negros
abram o peito onde os corações
avermelham a luz
e mostrem ao mundo indiferente
as espadas que os cravam
que as vozes das mães em fúria
instalem no céu a revolta
despenhem sobre os os acomodados
os meteoros da ira
arranquem dos mapas corrompidos
as moradas dos assassinos
tracem nas estradas os caminhos
dos castigos merecidos
que se tornem mais uma vez as
redentoras do seu sangue
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 19 horas
1 comentário:
A Magnohlia está numa de inverno do seu descontentamento...
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