segunda-feira, julho 30, 2007

domingo, julho 29, 2007

Chopin

 

para refrescar o verão
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sexta-feira, julho 27, 2007

 
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devo regressar para a semana
com o calor não consigo trabalhar
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domingo, julho 22, 2007

calor...

 
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roupa nova


comprada em bangkok
igual ao que cá se vende
o oriente há muito que invadiu o ocidente
cobrem-nos com as suas cores de seda

escrito

queria preencher os intervalos
entre uma mão e outra mão
um olhar e outro olhar

mas os muros da física
não deixam

nunca toquei nada
ninguém
nunca me tocaram
ninguém

nem o mar toca as ilhas em
que nos refugiamos

nem mesmo o nada
aflora a nossa fronteira

será inútil a comunicação
pois não deve existir
devido ao tal muro
da física

cientistas afirmam-no

que precária existência
a nossa
fatalmente sós
com muralhas gigantescas à
nossa volta
talvez transparentes
mas impenetráveis

sós

m.f.s.

sábado, julho 21, 2007

 
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sexta-feira, julho 20, 2007

escrito

a loja das distribuições está pronta a ejectar mais uns embrulhos prendados
acumulá-los nas traseiras de carripanas mal-cheirosas perdidas as cores

o motorista ressona no seu pedestal fronteiro à capela de uma só imagem
pendurada junto ao vidro sebentoso nublado amarelo quase opaco
da dianteira do móvel caquético recolhido de um qualquer ferro-velho

das suas narinas saltam roncos suspiros odores de sonhos avinhados
dos cabelos caem pingos microscópicos de gorduras centenárias

um garoto de orelhas monumentais observa as golfadas do dorminhoco
ri sorrateiramente nas pupilas cor de azeitona verde os cabelos imóveis
aprisionados na perpétua aversão à mãe água da torneira ou de qualquer fonte

com gestos de relâmpago puxa de um apito inaudível no som
e lança uma onda fortíssima que fura os ouvidos do homem que sonha

num sobressalto misturado de culpa flagrante o homem põe a alimária a trabalhar
dá-lhe um solavanco em frente e atropela o duende do apito de som inaudível

ladrou o assassino malgré lui mostrando a todo o mundo a sua ascendência canina

m.f.s.

roupa velha

escrito

as dengosas e anoréticas cascalhantes dependuradas vespas sem listas
enchem as malas de penugens e bolores aromáticos nas abóbadas ficcionais
colocam nas carteirinhas de rede em prata das astúrias os batons irizados
roubados às velhas anémonas adormecidas nos cadeirões esfiapados
repuxam as cabeleiras indomáveis feitas de plásticos em fios cintilantes
atiram as chinelas caseiras para os cantos misteriosos dos quartos voadores
prendem à cintura vapores flutuantes sonorizados pela sony japonesa creio eu
experimentam expressões ingénuas frente aos espelhos da madrasta má
dão saltos ao ouvir o pontilhado aguçado dos claxons na rua empertigada
roçam pelos degraus em pantomimas e desengoçamentos velocíssimos
agarram-se aos pescoços dos machos em tempo de espera em carros sem capota
e forros de pele de insectos variados rãs das amazónias víboras do minho nortenho

m.f.s.

quinta-feira, julho 19, 2007

praia

 

eis-me na praia...um tanto farta de sol e de nada fazer
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terça-feira, julho 17, 2007

escrito

as coisas acontecem ao alvorecer
com as praças ainda vazias de pássaros
os olhos das crianças por abrir
as mães enroladas em suas camisas
os pais em profunda soturnidade
as formigas ordeiramente em carreiros
centopeias aprisionadas nos lavatórios
bonecas de olhos abertos sob as camas
leves poeiras sobre os móveis
zumbidos de surdos em ouvidos de surdos
uma gota de chuva tresmalhada
folhas velhas que nos fitam das altas copas
sapatos desamparados
relógios que fenecem sem impulsos motivadores
osgas bamboleando-se nas paredes com rugas
longas patas de mosquitos soltas nos ares
do alvorecer

m.f.s.

pequeno regresso

regressamos ontem ao algarve
não sei até quando
connosco voltou o calor
trabalhei um pouco hoje de manhã

palavras que oram soam bem
ora magoam
ora entristecem
ora são esplendorosas:

arruinar
amachucar
esquecer
invejar
amar
descobrir
noites-sem-meteoritos
escadas
abismo
falésia
calhau
lapa
fundo-verde-azul-do-mar-claro
olhos-caninos

domingo, julho 15, 2007

cegonhas


os ninhos das cegonhas
empoleiram-se
em bairros surrealistas
nos troncos vazios
à margem dos sobreiros
ressequidos

desenham no horizonte
grafismos
negros
dalis inocentes

escrevem aragons soturnos
no céu acinzentado
do meio-dia alentejano

parecem dançar em
lentos bamboleios
nas suas silhuetas
surrealistas

m.f.s.

apagamento

a combustão é lenta pormenorizada eficaz
das cinzas não há que contar
apenas voláteis pós sem ADN

a carne espiritual lamenta o desabamento
nem rosas sobram nos vermelhos
incandescentes

chamas extinguem-se

restam os pós sem ADN

m. f. s.

sábado, julho 14, 2007

exposição de gravura em évora


como se vê a foto está muito mal tirada
não tive tempo para fazer melhor
chama-sa "ilha"

Alentejo

 
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Alentejo

 
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Alentejo

 
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quarta-feira, julho 11, 2007

figueira

 
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terça-feira, julho 10, 2007

linóleo

 

Não me lembro deste linóleo, feito no tempo das Belas Artes e que dei a um colega dos Açores
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Água-forte, feita no tempo das Belas Arte e que ofereci a um colega meu dos Açores

família

 

amanhã regressamos a lisboa por uns dias pois há uma exposição de gravura em évora onde tencionamos ir
nesse exposição vai estar uma gravura minha
quanto à pintura não tenho feito nada a não ser fotografias que modifico até obter imagens que me agradem e sirvam de "inspiração"
e ideias não me faltam
preciso de saber pô-las em prática
quanto a escritos nada de novo na frente sul...
ontem uma das minhas cunhadas enviou-me fotos com alguns anos que me agradaram muito
algumas das pessoas fotografadas já se foram embora
eu sou a que está encostada à balaustrada da varanda
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segunda-feira, julho 09, 2007

secas mas belas

 
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domingo, julho 08, 2007

experiência

 
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experiência

 
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serras algarvias

 
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palhas

 
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sábado, julho 07, 2007

escrito

espera a fortuna o canto da sereia
que impulsione a alavanca das ironias

o homem nada sabe de quiproquos

as taxas telefónicas alargam-se alegremente
nas contas mensais
nas casas abandonadas do médio termo
na meia idade
no meio do terreno insuflado
dos caracois acalorados

as elegantes pernas das jovens esperançosas
deixam ver o movimento dos músculos
bem treinados
ao alvorecer

o homem olha sem ver as sombras do seu
pouco cabelo
murmura inarticulações
finge onomatopeias
o homem sonha no largo da aldeia

o vento desafia a estabilidade dos ninhos
incompletos
que algum pássaro prestes a ser pai
iniciou num alto andar
de alguma árvore queixosa
dos alugueis por pagar

os camaleões reviram os olhos versáteis
ensaiam outras cores
atravessam o calor dos caminhos
amedrontados

o artista plástico imagina colagens
amálgamas de cenários
janelas mil na sua tela premonitória
planos vários
ambientes impossíveis

o artista apresenta a sua obra imaginada
a si mesmo
desgosta-se
rompe a unidade do suporte
deixa para outro dia
as imagens do homem que sonha
do camaleão medroso
dos pássaros-quase-pais
das sereias afogadas
das jovens de inuteis belezas musculares

o artista decide abdicar de taxas telefónicas

m.f.s.

kikas

 

kikas atenta ao ladrar dos amigos
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quinta-feira, julho 05, 2007

calor

voltei ao algarve ontem
vim encontrar a casa decorada pelo labor das aranhas
que fazem delicadas teias a unir as flores secas
os campos estão sedentos
mas ainda há cores vivas nalgumas buganvílias
as outras plantas suavizaram-se e tendem para o dourado
o calor é muito
a partir de hoje tenho por companhia a gata e a cadelita da minha amiga que é óptima a avisar dos intrusos
mas não consegue fazer amizade com a gata
coloco aqui algumas fotografias



escrito

há um signo nos céus que nos convida
ao voo interestelar
à viagem quântica
ao percorrer das nossas artérias
à descoberta da alma do outro

um signo no céu feito de música
modelador da nossa consciência
autor do caminho entre as montanhas
sobre as dunas
nos imos dos oceanos
da estrada
da vereda
das sendas
que nossos pés afloram

o sinal do nosso mapa
traçado na nossa pele
vestígios fosforescentes
das crateras abismais
que nos fizeram sair
da negra matéria de deus

m.f.s.

terça-feira, julho 03, 2007

escrito

a erva que piso reverdece os meus pés
formigas abandonam a presa rapidamente
deito rajadas de ventos furiosos
sobre os azuis marinhos
e deixo-me adormecer em sonhos de nuvem
enxoto os pombos que me tolhem os passos
obrigo-me a um sorriso para a flor que
inclina a corola
empunho as águas com que alago as ruas
espalho flashes de perfumes em lata
recuo enquanto sereia
avanço enquanto potro de marfim
pergunto ao outro como é o meu rosto
ninguém responde
fito o tigre que se liberta
arranco-lhe as listas
com que faço tranças de ouro
o cadáver na porta de entrada faz um
sorriso incandescente
inquieto-me com o rugir das crianças
desenho

desenho um paraíso de linhas negras
finas linhas negras de grafismos
encantatórios
corto as linhas em pontos
tinjo os pontos de coral
espalho sobre o papel
a cor do infinito

m.f.s.

metro

 
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