está roxo o alvor
recaem sobre os campos
os fragmentos de chuva
e cortinas de névoa vagueiam pelos
olhos
das jovens gazelas
quem me contará uma história
de fadas
quem me dará a varinha de condão
para espantar as aves
agoirentas
que poisam nas minhas
janelas
quem me levará pelas nuvens
no mágico tapete
oriental
sandokan que venha
me liberte
dos afoitos piratas
me leve no seu barco voador
atá às ilhas
onde o paraíso permanece
que o inspector maigret
descubra o meu
assassino
enquanto bebe uma cerveja
num qualquer botequim
da província
venham todos os heróis
da velha grécia
antiga roma
naturais da suméria
vinde todos
com os anjos salvadores
fazei o transporte do tempo
para a eternidade
para a amável harmonia
dos opostos
para a linha espiralada
que conduz à plenitude
daqui
desta montanha imóvel
no horizonte perdido da memória
daqui levantarei voo
num crepúsculo
cintilante
de infinitas luas
entre sinfonias e aleluias
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
-
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 21 horas
1 comentário:
"quem me levará pelas nuvens
no mágico tapete
oriental"
Também eu queria ir...
a esses lugares
visitados em pensamento
na minha juventude...
Talvez um dia...
PS - Pobre Salgari que morreu tão infeliz!
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