ando de pedra em pedra soltas as dissonâncias
dos tempos em tumultuosos arremessos
as cantorias pelos socalcos soltam os
assobios das serpentes
as cascatas apressam as suas águas
tenho de apagar a luz
tenho de fechar as torneiras
limpar as janelas
escorraçar as baratas voadoras
sorrir às formigas
varrer o quintal
lavar a louça
a roupa
o corpo
talvez a alma
suspendo-me das músicas nos terrenos
baldios
agarro escrupulosamente uma rajada
direcciono um raio
para o crocdilo
à minha janela
fecho os olhos
abro os olhos
sobre os vulcões de suspiros
penteio displicentemente
os cabelos
m.f.s.
rui caeiro / país natal
-
País de cegos, onde não falta nem a mansidão nem a quietude – nem a
resignação. Onde os zarolhos que há querem ser reis – a fim de, segundo
dizem, da...
Há 23 horas
1 comentário:
É tão bom imaginar alguém trabalhando assim.
Gostei mais destas imagens:
..." sorrir às formigas"
..................
" penteio displicentemente
os cabelos "
Enviar um comentário