um ruído aos soluços
que impregna de libélulas
azuis
o ar das praias quentes
as gotas de cristalino suor
nos rostos rosados
das brancas raparigas
o sol
o forno celeste
as névoas tremeluzentes
que sobem dos alcatrões
o grande êxodo
das formigas
e das cigarras
para areias finas
e loiras
o desejo exigente de
mergulhar
nos céus afastados
nos intervalos
entre galáxias
a pressa de correr
pelas sendas ainda verdes
nos matagais
rumorosos
de insectos felizes
o virar do rosto aos suaves
ventos dos cimos
a captação dos
odores
das visões entre dois
espaços
das melancolias
passageiras
intermitentes
as recordações
improváveis de
outras vidas
noutros tempos
de pazes e guerras
olímpicas
vozes que se distanciam
nos corredores abertos
das paisagens
vídeo-construidas
e coloridas
virar
virar à esquerda nesta
premente
e permanente
agonia do nunca
do apenas esboço
do não planeável
do indizível
e invisível
invisível
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
-
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 22 horas
1 comentário:
Belas imagens!
Dá para eu as sentir
e viver um pouco...
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