as mulheres decepam as macieiras em rituais de revitalização
os ramos choram a perda das mães deixam-se levar para as fogueiras do próximo inverno
estalam no calor das lareiras
as mulheres puxam os lenços para a frente dos olhos
espreitam as frestas solares nos céus de cinza
matam-se em milharais no sol a pino
os coelhos farejam as coelhas no cio saltam-lhes para cima e invadem a austrália
há cães com lamentos prolongados contra os horizontes de luzes nocturnas
perderam a identidade em ancestrais evoluções e sentem saudades
homens pelos campos perdidos na busca de suas sombras lançam surdas tristezas
m.f.s.
inês lourenço / crónicas
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Mulheres de canastra à cabeça, que num recôncavo
de esquina, não calcetada, onde uma nesga
de terra desmentia o urbanismo
invasor, mijavam de pé
co...
Há 2 horas
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