as meninas deusas de corações vermelhos
têm espinhos
e facas aguçadas nos regaços
usam coroas de flores de cera e empalidecem
quando julgam ver o amor à espreita
olham de revés as mulheres caladas
cravam as unhas nas orelhas dos que ouvem sinfonias
riem como pássaros libertos ao cair dos luares estratégicos
as meninas deusas sacodem as saias molhadas das águas donde nasceram
erguem os queixos altivos tecem sedosas teias
e agarram os homens-homens que as esperam
deseperadamente
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 20 horas
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