o n.º 124 de Le Courrier Internacional aborda a questão da felicidade
ainda só li a entrevista ao dito homem mais feliz do mundo, um monge budista de origem francesa
o entrevistador fala muito dele próprio relata as suas reticências em relação ao monge mas fiquei sem saber grande coisa aparte um pouco da biografia do
mesmo
fala também da sua alteração de opinião à medida que conversa com o monge e então tece-lhe elogios
a ler até porque há muita coisa que parece interessante
isto de chamar interessante a uma coisa irrita muita gente
aceitam-se sinónimos...
ontem fui ao CCB relaxar um pouco
pus-me a fazer vídeos com a maquineta digital
nuns casos usei uma pequena lente que herdei não sei de quem e que produz efeitos feéricos
são vídeos sem história sem imagem com som ambiente por vezes com movimento por vezes acelerado cores mutantes
vídeos que me dão gosto fazer pela descoberta que faço sem ajuda de terceiros nem leituras explicativas
não é a descoberta da pólvora seguramente mas é a minha descoberta
cada um fará as suas
no regresso a casa pus-me a fotografar o quintaleco arrastando a câmara para obter fotos desfocadas
coloquei depois algumas das fotos no flickr
inscrevi-me na second life mas ainda só voei e não sei se me interessa muito este jogo de vida ficcional
tenho tantos livros para ler...
ontem descobri a sara f. costa uma jovenzinha de 20 anos
eis um poema dela
há quem acredite
em fugas
e se estenda ao longo do incêndio mudo
dos anos mas
tudo o que eu peço é a timidez
do quarto
e um futuro que humedeça
o fumo do tabaco
sara f. costa
uma devastação inteligente
atelier
tirando o fumo do tabaco que abandonei há uns anos é o meu retrato parcial
adquiri também o Órbitas Primitivas de Paulo Renato Cardoso na quasi
Primeiras Agitações da Matéria-Eu
Outrora
Todas as coisa têm uma:
é o que são
A minha outrora
é o porquê desta rua
que sobe oblíqua para a saudade
o porquê desta calçada de granitos
que pedra após pedra me tocou na boca
e chegou ao cimo de mim
Escorrega-me a voz entre a insónia e a memória
Procuro a boca a matéria nocturna dos lábios
Responde uma respiração húmida interrompida
lavrando a aridez abrupta do meu corpo campo de batalha
planalto de labirintos inacabados.
e ainda Rui Costa
ALCABRÁS!
Alcabrás! Trompe por céus eslavos
malsames gritos de flores raiunas
Que gritos? Que marés escunas
requebram ondas de peixes bravos?
Solidões? Rochedos alticavos?
A luz treme mas o peito adorna
o infindo lume. Desce a bigorna:
faltam dois doze-e-avos
para coisa alguma. Brincava,
mas agora falo sério. O seio
da mulher já se destapa. Cá
para mim acho que não é no meio
que a virtude poisa. É lá
onde o amor morria e o inferno queimava
A Nuvem Prateda das Pessoas Graves
quasi