esta praia laminar onde a espuma se borda de levezas
esta areia cor de topázios vibrantes de agudas luzes
este cheiro a mundos afundados entre ruinas e carcaças
desconstruidas
este vago palor nos olhos das brisas iluminadas
nas tardes de crepúsculos lilazes
este murmúrio que brinca em torno dos corpos refrescados
este cenário de argonautas cantantes sereias emudecidas
esta euforia das alegres filhas de abris deslizantes em cada sorriso
isto
tudo isto
segue o trajecto da bala
que perfura a moleza das carnes
a fragilidade das barreiras corpóreas
o inexorável destino das vozes
sussurantes
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
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