segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Ainda não consegui acertar as horas do sono e então escrevinho.

à beira mar um banco
um homem nele sentado
nele divagando pensamentos

o mar murmurando sussurros
o perfil do homem exposto
à luz das estrelas na água

a subtileza da inquietude
que se instala
entre os tecidos
internos
palpitantes

a poalha das emoções
mal fadadas
cravando as suas
burlescas garras

nos corações desprotegidos
incautos
talvez inocentes
corações
apenas

e o mar que se apodera
do homem no banco
à beira praia

em noite de ventos nos horizontes
ventos de estrelas que rebolam
sobre a platitude
das águas

eu sei como foi
diz-se o homem
conheço

conheço-me
neste banco
nesta noite
de ventos e brisas

de areias que se
expõem
ao tiroteio
dos raios cósmicos

que sobre mim desabam
neste banco
roido pelo sal das águas
deste mar plano
que me conhece
me espera
me ama

m.f.s.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por essas e por outras
é que eu já evito
sentar-me
à beira mar...

Tanto passado!
Tão pouco futuro!
As coisas boas são incertas...
Sa coisas más são certas
Mas...
Sustine et abstine...
Sursum corda...