eu ouvi o canto das doninhas
quando o
vento se levantou e
deitou ao chão
as nuvens
fugitivas dos
estios infernais
eu ouvi
eu vi as faces dos canídeos
que pelas estepes pululam
e cheiram todos os odores
presos em ínfimas partículas
e correm atrás das refeições
de quatro patas
prestes a ser devoradas
eu vi
as sombras inefáveis
dos pensamentos tardios
dos amores escondidos
dos supérfluos manequins
nas janelas citadinas
dos autómatos friorentos
nas ruas nordestinas
senti o estremecer das
dores inevitáveis
que maculam as almas
deitadas nos gelos
da indiferença
apaguei
apago as memórias efervescentes
as criações expressionistas
das inocentes libélulas
no seu valsar azul
cobalto
mfs
isabel meyreles / o livro do tigre
-
II
Existe em Lisboa
uma máquina cruel
que permanentemente aguça
os dentes virtuais
na alma indecisa
dos pobres mortais.
Esta m...
Há 8 horas
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