as manhãs desaparecem
longamente revividas nas
noites brancas
em branco
as doces mãos de forte ressonância
devolvem-nos o ondular dos cabelos
em fios de seda mongólica
meu coração não sabe
não sabe da vida a trama
das paisagens os arames
farpados
os devotados unicórnios
correm como cometas
em cápsulas do tempo
intemporal
sonhar não fazia parte dos
meus planos
eu que só sonho ao crepúsculo
e correr pelas veredas
com trevos nas bermas
levar-me-ia a tempos
esbatidos
mas vou
irei
de saltos rasos
até aos miradouros
das serras escondidas
nas aguarelas chinesas
os tritões
dos rios em tumulto
não intimidam a minha timidez
melancólica
mfs
miguel bonneville / livro do daniel
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XLI.
depois de um dia inteiro
a lutar individualmente pela sua sobrevivência
os pássaros reúnem-se para criarem
em conjunto
um momento de beleza.
é...
Há 1 dia