na rtp1 os fiheiros secretos
batem à porta
era o vizinho do lado que não reconheci
tinha-o visto de passagem duas vezes disse ele
esqueci a cara incaracterística
coisa aborrecida
costumo fixar caras
com muitas explicações pede-me para o deixar entrar na casa dele pelo sótão da minha casa
uma das portas tinha-se aberto com o vento e travado a abertura da porta de entrada da casa dele
quando propus vir para esta casa a minha filha alertou-me para vários inconvenientes
o barulho insuportável em certas noites
o perigo de assalto visto que tinham rebentado com a fechadura da porta de entrada do edifício e tinham tentado ou feito mesmo assaltos dentro do prédio
pus muitas reticências
resumindo o vizinho disparatou que não falava mais comigo
foi buscar um arame a outra vizinha para tentar desemperrar a porta traiçoeira
propus-lhe entrar
resistiu bastante
expliquei-lhe as minhas razões
não queria saber
expôs as suas qualidades de bom vizinho
com muita "doçura" lá consegui convencê-lo a entrar e usar a janela do sótão para aceder ao dele, emprestando-lhe uma lanterna para se desenvencilhar melhor
enquanto subia para o telhado ia dizendo que não me preocupasse que não quebraria nenhuma telha
conseguiu entrar em casa
entregou-me a lanterna pedindo desculpa por ter ficado cheia de pó
pedi-lhe desculpa
teve dificuldade em aceitar
creio que fiz um inimigo
que remorsos tenho
mas não sei se agi bem ou com demasiada cautela
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 20 horas
1 comentário:
Tu escreves como se fizesses poemas ;)
E nunca há demasiada cautela - ele que chamasse um serralheiro >:(
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