as paredes do meu interior
vazio
soltam folhas secas
veludos esgarçados
cristais baços
as paredes forram-se de anseios
jornadas de cinza
dedos apontados
à culpa dos cadastrados
vozes em estilhaços agudizam
o estertor das paredes desnudadas
com paisagens implícitas nos rodapés
interruptores de vidas ideais
onde o real se atormenta
forro as paredes de mim
de sedosas certezas
luxos de concubinas
asas perfumadas com olhos azuis
corações mágicos
nas noites de cometas perdidos
mfs
ana hatherly / tipo h
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I O PÉ NA CABEÇA
II O INTERREGNO
I
e estava na praia vejo aquele
formoso rapaz correndo admirável
depois correndo como um pássaro
sobre a água asas...
Há 22 horas
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