as paredes do meu interior
vazio
soltam folhas secas
veludos esgarçados
cristais baços
as paredes forram-se de anseios
jornadas de cinza
dedos apontados
à culpa dos cadastrados
vozes em estilhaços agudizam
o estertor das paredes desnudadas
com paisagens implícitas nos rodapés
interruptores de vidas ideais
onde o real se atormenta
forro as paredes de mim
de sedosas certezas
luxos de concubinas
asas perfumadas com olhos azuis
corações mágicos
nas noites de cometas perdidos
mfs
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 8 horas
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