O MAR NA CIDADE
Será este o mar que se arrasta pelo campos,
Que rodeia os muros e as torres,
Que levanta mãos como ondas
Para avistar de longe a sua presa ou a sua deusa?
Será este o mar que tímida, amorosamente
Se perde por ruelas e pracetas,
Que invade jardins e lambe pés
E lábios de estátuas quebradas, caídas?
Em si folhas, pétalas, insectos.
Que busca o mar na cidade deserta,
Já abandonada por gatos e cães,
Sossegadas todas as suas fontes,
Mudos os tenues campanários?
A ronda inesgotável prossegue,
O mar curva o lombo e repete
A sua canção, emissário da vida
Devorando tudo o que está morto e putrefacto.
O mar, o terno mar, o mar das origens,
Recomeça o trabalho velho:
Limpar os estragos do mundo,
Cobrir tudo com uma rosa dura e viva.
EMILIO ADOLFO WESTPHALEN (1911)
O Mar na Poesia da América Latina (Antologia)
(tradução de José Agostinho Baptista)
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 19 horas
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