24-07-2005
sob os pés se despenham as horas
o tempo desfaz-se em nuvens de nada
sou transparente
não me ilumina a luz do dia
nem os relampejos das estrelas
nem a prata lunar me toca
sou invisível
uma pena levemente me toca
sou de mármore
a água penetra em minhas veias
sou um rio
as pupilas rasgam os negros nocturnos
sou asfalto
as asas que se fecham pra morrer
cobrem os corpos abandonados das silfides
os centauros murmuram cantos sagrados
sou um desenho
há sereias nas cascatas
esfinges nos penhascos
Orfeu toca a sua flauta
sou uma linha
m.f.s.
o tempo desfaz-se em nuvens de nada
sou transparente
não me ilumina a luz do dia
nem os relampejos das estrelas
nem a prata lunar me toca
sou invisível
uma pena levemente me toca
sou de mármore
a água penetra em minhas veias
sou um rio
as pupilas rasgam os negros nocturnos
sou asfalto
as asas que se fecham pra morrer
cobrem os corpos abandonados das silfides
os centauros murmuram cantos sagrados
sou um desenho
há sereias nas cascatas
esfinges nos penhascos
Orfeu toca a sua flauta
sou uma linha
m.f.s.
eu caía
abriram-se rochas de majestosa rudeza
e eu caía
as asas dos ventos aplanavam os campos
os horizontes fugiam
a paisagem contorcia-se
reflectida no meu corpo
que caía
as fontes gritavam em golfadas vermelhas
que sobre mim caíam
que sobre mim caíam
mfs
Sem comentários:
Enviar um comentário