aborreço-me de morte
às vezes ando fora do corpo para me sentir mais confortável
sinto-o como um empecilho
no entanto dizem que os corpos são templos
moradas
palácios
o meu é um casebre em
risco de desmoronar
não gosto de pressões
mas parece que
em certa medida
podem prevenir as depressões
quando estiver do outro lado
hei-de cá voltar de vez em quando
para ver como passam as modas
e fazer buuuuuhhh
não vou querer um lençol branco a tapar-me a fluidez
antes tules e mousselines
talvez cetins
cambraias
sedas de teia de aranha
tudo branco
branco
branquíssimo
e
branco
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
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