NA AREIA HÚMIDA
A solidão verdadeira, quando a conhecerei de novo?
Vejo-me caminhar à beira da água, embebido em mim mesmo.
Os meus pés deixam marcas na areia húmida, o meu cabelo
esvoaça suavemente ao vento do outono, brisa vinda de longe.
De mãos nos bolsos, eu sei que me afastei de tudo, do meu
destino e das cidades, dos pais e dos filhos que me couberam
para que também eu conhecesse o peso das palavras e do tempo.
Praia do Norte que chamas por mim, floresta densa
coberta de neve, quando virá enfim a manhã de novembro,
quando poderei caminhar na tua areia ensopada de sal?
Na véspera terei posto uma cruz nos dias que faltam
para que o mês termine. O sucesso da minha existência
terá deixado de interessar-me. De manhã saí de casa, era cedo,
como se fosse ao encontro da morte que espera por nós
na luz pálida de um dia igual aos outros.
João Camilo
A Mala dos Marx Brothers
Caminho
Da Poesia
fernando assis pacheco / cuidar dos vivos
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Como as ordens de Sebastião José
de Carvalho e Melo no terramoto
«cuidar dos vivos, enterrar os mortos»,
digo deste amor que tive
pior que terra sacudi...
Há 21 horas
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