SIRENE
Bom é ter poucos amigos
poetas, para não ter de
trair a lisura do afecto
ou do texto. Mesmo esses poucos
chegam a nenhuns, se não
conseguimos elogiar epifanias
recessas, queixas piedosas ou
banalidades inócuas. Um amável
neófito muito badalado, ou um sénior
de vários prémios
literários, esperam deliciar-nos
com o verbo no cada vez mais
exíguo palco do poema
impresso. Assim ficamos sós
diante da própria e feroz espera
da negada surpresa. Como quem
adormece na ambulância
apesar da sirene.
Inês Lourenço
Disfunção lírica
& etc
vitorino nemésio / dunas
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Lá onde a garça deixa
O seu último ovo
E os juncos melodiosos vão ao vento,
Aí, nem uma queixa
Nem sentimento
Novo.
Lá onde areias, bicos, água, o ex...
Há 19 horas
1 comentário:
Obrigada.
I. L.
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