segunda-feira, março 10, 2008



Entre estas paredes sem solstícios
Estes portões sem coroas de ferro
Estas cearas de oiros antigos

Sob esta terra feita de sedimentos
Iluminados de cristais maquilhados
De meteoritos

Sob esta abóbada côncava
Como a tampa de uma prisão
Rasgada de músicas alucinadas
E alucinantes

Sobre os tapetes de alecrins lilases
Maias de alegre amarelo sedoso

Sobre os pensamentos delirantes
Das leoas esfomeadas

Dentro desta caixa de aço vermelho
Gotejante
Que se aloja em meu corpo quase
Por construir

Nessa caixa vive uma ave muda
Para sempre

Uma ave sem liberdade
Que se liberta todas as vezes
Que pressente a mudança das estações
A chegada dos cometas solitários
O rugido das leoas
A hemorragia dos pensamentos

Delirantes

mfs
Posted by Picasa

2 comentários:

Graça Pires disse...

Uma ave sem liberdade
Que se liberta todas as vezes
Tantas vezes nos sentimos assim...

fernanda disse...

Graça, obrigada pelo comentário.
Um beijo.