Entre estas paredes sem solstícios
Estes portões sem coroas de ferro
Estas cearas de oiros antigos
Sob esta terra feita de sedimentos
Iluminados de cristais maquilhados
De meteoritos
Sob esta abóbada côncava
Como a tampa de uma prisão
Rasgada de músicas alucinadas
E alucinantes
Sobre os tapetes de alecrins lilases
Maias de alegre amarelo sedoso
Sobre os pensamentos delirantes
Das leoas esfomeadas
Dentro desta caixa de aço vermelho
Gotejante
Que se aloja em meu corpo quase
Por construir
Nessa caixa vive uma ave muda
Para sempre
Uma ave sem liberdade
Que se liberta todas as vezes
Que pressente a mudança das estações
A chegada dos cometas solitários
O rugido das leoas
A hemorragia dos pensamentos
Delirantes
mfs
2 comentários:
Uma ave sem liberdade
Que se liberta todas as vezes
Tantas vezes nos sentimos assim...
Graça, obrigada pelo comentário.
Um beijo.
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