sábado, junho 11, 2011

Maria do Sameiro Barroso

VELADO NOME

Não sei como se inicia uma ou outra lua
Na lucidez bizarra à beira
dos abismos, ravinas,
precípicios.

Vivendo na coreografia perfeita das asas
e dos nomes.
No peito de opúncias.
Flores.

No cimo de uma paisagem desolada.
Sobre campânulas
que rodam na face
incendiada.

Em frente às labaredas. Da febre que
fere e estilhaça.
Percorrendo,
nos olhos das estrelas,

as gelosias corridas, as fendas de luz.
Um só vislumbre
e a chuva aproxima-se
revolvendo
a essência mole, o molde de gesso.
Abrindo a amplitude
imensa
ao velado nome
que canta o peso, a volúpia, a leveza
extrema.

O corpo destruído.

No âmago da dália

( Jardins Imperfeitos)

Maria do Sameiro Barroso
Millenium
77 Vozes de Poetas Portugueses
Universitária Editora

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