se a neblina estende os seus véus
ao longo das campinas infinitas
sobra as nossas cabeças pairam
os corvos
as silhuetas das árvores encanecidas
bordam os horizontes enigmáticos
para além dos quais tudo acontece
as rapinas aves dos nossos pesadelos
continuam o seu vai-vem gráfico
agarram nas suas medonhas garras
as incautas crias das suas presumíveis
vítimas
não há raio de luz que rompa a treva
mumificada como manta
de espartano tecido
como capote de monge estático
na sua visão deslumbrada
enquanto os corvos permanecem
escondidos no negrume latente
mfs
mário cesariny / os bantos e as aves
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Junto da pobre praia sempre suja
onde é desconhecido o automóvel por dentro
ele repousa da sua longa miséria
ouvindo o pássaro-bicho canta que canta
miran...
Há 1 dia
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