o vento que rasga as vestes das estátuas decepadas
que rouba o orvalho dos rostos suspensos nas gotas
das chuvas entornadas em lagos de pálidas rosas
o vento que arranca as cascas dos frutos caídos
na terra voraz dos hortos
o vento que raspa as areias dos penhascos
leva consigo os suspiros dos lírios amarrotados
enrola em valsas furibundas os odores dos domingos
vazios
levanta até às lonjuras incandescentes
as asas de quartzos irrompendo dos costados
das leves gaivotas ululantes
o vento
mfs
inês lourenço / crónicas
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Mulheres de canastra à cabeça, que num recôncavo
de esquina, não calcetada, onde uma nesga
de terra desmentia o urbanismo
invasor, mijavam de pé
co...
Há 1 hora
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