o vento que rasga as vestes das estátuas decepadas
que rouba o orvalho dos rostos suspensos nas gotas
das chuvas entornadas em lagos de pálidas rosas
o vento que arranca as cascas dos frutos caídos
na terra voraz dos hortos
o vento que raspa as areias dos penhascos
leva consigo os suspiros dos lírios amarrotados
enrola em valsas furibundas os odores dos domingos
vazios
levanta até às lonjuras incandescentes
as asas de quartzos irrompendo dos costados
das leves gaivotas ululantes
o vento
mfs
maria teresa horta / domínio
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Não deixo que as coisas
me dominem
nem que a vasta secura
me adormeça
nem que a vela
me apague
nos sentidos
a febre a que a boca não se entrega
Não d...
Há 1 dia
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