hum...

que mais há para dizer neste momento em que ando a tentar fazer uma imagem a meu gosto para agradecer um favor?
que chove

e se chove

não saio com estas cortinas molhadas aos tombos dos céus gris

noutro dia fui ao "centro comercial" mais perto daqui
antes de comprar mantimentos fui almoçar
há uma porção de restaurantes ao lado uns dos outros
escolhi um chinês e sentei-me numa mesa isolada

nunca mais me serviam e decidi ir para o indiano vizinho
começa a chover gatos e cães aos baldes
a mesa chinesa ficou alagada
atrás de mim as pessoas abandonavam os lugares

os toldos estavam encavalitados e nos intervalos a água escorria alegremente

acho que não irei mais àqueles restaurantes
a comida ...hum...que dizer?...
o aspecto geral era de pouca limpeza

mas não me pareceu haver nada melhor naquele bloco e eu estava com pressa

vão fazer obras nas traseiras da casa para impedir desabamento de terras

mas parece-me que ainda não é hoje que começam

ontem vi o senhor da trotineta, o vizinho feliz, idoso e bonito.

já tenho onde colocar o portátil quando não quero tê-lo ao colo
comprei materiais de pintura
só falta a força de vontade...

estou a ler david lynch
em inglês...eheheh
estou a gostar muito

de singapura

eu

boy

Terça-feira, 6 de Julho de 2010

O rapaz

O rapaz (teria pouco mais de 20 anos) nunca fumava no café
Mas costumava sentar-se na zona dos fumadores
Se a mesa do seu agrado estava ocupada revelava alguma ansiedade
Escolhia a que estivesse mais próxima do seu lugar preferido e quando este vagasse quase corria para lá se sentar
Os empregados já se tinham habituado ao rapaz
Traziam-lhe um galão e um croissant sem qualquer recheio
Tinha sempre um livro para ler e nunca era o mesmo
À vezes num pequeno bloco escrevinhava qualquer coisa
Um dia saiu da rotina e pediu um copo de água com gelo
De resto a sua voz mal se ouvia quando dizia qualquer coisa mas os empregados sabiam ler os lábios
Numa tarde de segunda-feira chegou com um portátil
E uns auscultadores
Alheou-se por completo do sítio onde estava
Daí em diante vinha sempre com o computador e os auscultadores
E passou a fazer gestos em vez de murmurar
Os empregados sabiam linguagem gestual

E a nova rotina continuava sempre com o galão e o croissant
E os gestos

Num domingo de manhã apareceu com um fino traço negro nas pálpebras superiores e rimmel nas pestanas
Os empregados às vezes eram cegos

Com o correr do tempo iam sucedendo várias alterações na cor do traço e do rimmel
Em comunicação telepática os empregados discutiam o que melhor lhe ficava
E concordaram que era mesmo o negro no traço e o azul no rimmel

Publicada por magnohlia em 21:13

coisa

Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009

a COISA

À s vezes tudo lhe parecia uma imensa comédia-drama-fraude-maldade este imortal desígnio que alguém desenhou ao desenhar-se. Como se o seu início sem início não tivesse sentido sem este planeta com os seres que nele se aninham, as suas lutas, terríveis sofrimentos, longas escuridões. Como se a sua natureza fosse construída a partir da nossa...sem princípio nem fim.
Depois reflectia sobre outros mundos que certamente existiriam por essas galáxias fora.
Tentava lobrigar uma fresta no muro que impede a compreensão do mundo.
Juntava em penos fragmentos de lógica um pequeno vislumbre do que poderia ser a natureza da COISA. Mas sentia e julgava saber que havia névoas que tapavam a paisagem e que nem as formas sugeridas na névoa movente teriam qualquer significado palpável.
Não desanimava pois acreditava que estes exercícios de procura lhe proporcionavam uma certa tranquilidade por manter a mente activa. E depois a indiferença da COISA era quase uma certeza.

ontem e hoje

o corpo mumificado do fundador do templo

o monge à mesa

ainda o caso da almoço pago
meu genro atribui a amabilidade do senhor ao espírito dos budistas
na verdade foram vários os que falaram comigo e me explicaram um pouco dos rituais

mas se calhar era apenas um caça turistas velhas eheheheheh

hoje foi o almoço de aniversário da minha filha
à mesa havia duas portuguesas, dois da Malásia, dois americanos, um filipino e um alemão

um dos malaios quis pagar o almoço
é um rapaz surdo mas que fala bastante bem e lê o que os outros dizem pelos lábios
quase não sabe linguagem gestual

amanhã vêm cá para uma churrascada.

hoje

hoje foi um dia especial
ia para o super-mercado quando descobri um templo budista numa transversal
fui até lá e cheguei ao mesmo tempo que um senhor que vinha de táxi
perguntou-me se eu queria entrar disse-lhe que sim e perguntei se podia tirar fotografias
que sim

antes de entrar no templo tirei as sandálias
lá dentro as cores eram feéricas

numa sala ao fundo numa vitrina estava o corpo mumificado do fundador do templo

à saída o mesmo senhor convidou-me a almoçar no templo
as mesas estavam postas
mas primeiro comiam os monges depois nós

fui visitar mais alguns espaços
ao regressar decidi que comia lá fora e fui a um restaurante
lá estava o mesmo senhor que insistiu que me sentasse à sua mesa
escolhi o prato
o senhor falou comigo e ao ir-se embora disse que tinha pago o meu almoço...

fiquei atónita

sexta

em princípio na sexta-feira vou conhecer alguns colegas da minha filha na lucas-film
é o aniversário dela e vamos juntar-nos num almoço
entretanto continuo sem perceber o inglês da empregada filipina que parece não gostar muito que seja eu a indicar-lhe o que fazer
deleguei esse trabalho na minha filha e marido...
ela parece ter gostado e já sorri outra vez ehehehe
jantamos ontem num restaurante cambojano

há imensos táxis por aqui e com muita clientela
mas parece que a vida deles não é lá muito fácil, pagam pelo aluguer do táxi 100 dólares diários
para tirarem um bom lucro chegam a trabalhar 12 horas num dia

estou a ouvir a passarada lá fora
têm uns gorjeios singulares

cá em casa habitam outros seres...osgas
no meu quintaleco da ajuda também há uma ou duas osgas
mas as de cá têm cores claras

ainda não fui ao katong sozinha
tem uma arquitectura antiga e bonita

tenho feito fotografias que não prestam

no facebook os meus trabalhos fazem pequenos "ruídos"

Singapura

já estou em singapura desde 30 do mês passado
a passarada vem visitar o pequenino jardim e comer os frutos caídos de uma árvore cujo nome desconheço
já plantei uma buganvília
há gatos sem dono a passear por aqui
a cauda deles é curta e com um penacho
já tenho o cartão de residente
espero comprar um cartão para o meu telemóvel em breve
já andei por chinatown e comprei vestidos