os amantes intemporais olham as linhas desencontradas
nos horizontes nublados
ligeiros suspiros das andorinhas em voos rasantes
relembram-lhes os sonhos encapelados
quando o amor rugia nos sangues em revolução
as salgadas franjas das ondas que se esfarrapam
e esvoaçam junto aos pés dos enamorados silenciosos
transportam consigo os sons subterrâneos
dos profundos destinos escondidos na invisibilidade
nada permanece nas paisagens esfumadas
esboroam-se as memórias
caem os horizontes
calam-se as andorinhas
os sonhos desenham volutas esmaecidas
mfs
nuno júdice / se, numa noite de natal, a prostituta
-
vagueia, no passeio da avenida deserta,
procurando o encontro que não se dá,
e fixa os olhos na luz de uma lâmpada incerta
como se a manhã estivesse ali...
Há 21 horas






